Viés dos Mercados

Professor Metafix 3

Os operadores experientes no mercado de ações, e de outros ativos, reconhecem a importância de operar com a tendência. Alguns respeitam a máxima de que ela é, … 

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Viés dos Mercados

Os operadores experientes no mercado de ações, e de outros ativos, reconhecem a importância de operar com a tendência. Alguns respeitam a máxima de que ela é, de fato, a melhor amiga do investidor. Outros são tão disciplinados que não operam contra a tendência nem quando as condições de curto prazo são favoráveis. Seria interessante para os novatos atentarem para este fato e que todos, independente da experiência, reconhecessem também a importância do viés do mercado em que atuam, pois nem todos mercados são iguais.

Vou aproveitar o gentil convite dos criadores destas páginas para discutir a diferença entre o viés do mercado de ações e o de moedas. Lembrando com ênfase de que o sucesso nos “tradings” depende de como interpretamos a direção dos preços. Em primeiro lugar, é tranqüilizante reconhecer que toda série temporal aleatória ou quase aleatória, como preços de mercadorias, ações ou moedas, movimenta-se em 3 tempos: viés, tendência e movimentos ou oscilações de curto prazo. O viés do mercado de ações é sempre para cima, e o do mercado de moedas é mais para o equilíbrio. Vejamos por que, e quais são as implicações para administração dos riscos e, conseqüentemente, para o sucesso dos “tradings”!

Acredito que todo operador já se arrependeu duas vezes de uma jogada; uma quando entrou nela errado e, outra, quando saiu dela prematuramente. No mercado de ações, não é novidade se fazer uma compra e descobrir que, apesar da tendência de alta, o mercado se movimentar contra o operador. Muitos operadores, especialmente os novatos que ainda não confiam nos instrumentos ou no julgamento pessoal da técnica, desesperam-se e saem da jogada com prejuízo antes do mercador reagir e recuperar a perda com toda naturalidade inerente aos “tradings”. Esse tipo de prejuízo poderia ser evitado se o operador tivesse paciência. Infelizmente, o operador fecha a posição prematuramente para se arrepender, pois o mercado prega esses susto, mas volta a trilhar a tendência forcado pelo viés de alta.

Entender o comportamento do mercado, obedecer aos instrumentos gráficos e fundamentais, e seguir os planos traçados são elementos indispensáveis. Eles separam o experiente dos novatos e o sucesso do insucesso. Operadores experientes trabalham com menos ansiedade e com mais tranqüilidade porque entendem as características do mercado, obedecem a tendência e sabem que o viés de alta pode ser uma arma poderosa para esticar os lucros no longo prazo; assim, operam obedecendo os movimentos de curto prazo e longo prazo. Eles sabem que, além disso, existe o viés de alta que puxam os preços das ações para cima porque todas leis econômicas conjuram nesse sentido. Operando dentro de um movimento, e a favor da tendência, têm-se duas forças atuando numa mesma direção. O viés age invisivelmente obedecendo as leis econômicas para manter a inércia dos preços ascendente. As oscilações de curto prazo servem apenas para marcar os pontos de entradas e saídas, a tendência indica a direção dos preços dentro do tempo gráfico escolhido, mas o viés de alta puxa os preços para cima e confirma o ditado que no longo prazo não se perde com a compra de ações.

Reconhecendo o viés, que funciona como uma terceira força que dá suporte aos outros movimentos, o operador pode ser mais cauteloso e evitar decisões apressados. Os cautelosos nunca operam contra a tendência, mesmo quando há alguma indicação no curto prazo de que os preços contrariam o esperado. Reconhecer a tendência é a maior garantia e, por isso, quando cometem um engano podem reavaliar a decisão com ajuda do viés de alta. As pessoas que investem, e dão menos valor a especulação, aconselham a comprar ação e mantê-la em carteira por um prazo longo. Eles sabem que mesmo quando a tendência muda de direção e os movimentos de baixa podem causar perdas, o viés de alta acompanha a economia e protegerá o investidor no longo prazo.

O viés no mercado de moedas é bem diferente e tem outro sentido, mas também dá mais segurança ao operador. Ele funciona como uma sombra acolhedora tranqüilizando o investidor num deserto bastante árido, cheio de retrocessos, porém rico em detalhes e oportunidades. No mercado de moedas não existem nem motivos, nem forças para respaldarem um movimento uni-direcional, quer seja para cima, quer seja para baixo. Por definição, o valor das moedas tem limites para apreciar ou depreciarem, pois as próprias leis econômicas impõem barreiras na variação da taxa de câmbio.

As moedas são sempre negociadas em pares; quando se compra uma moeda, automaticamente, vende-se outra. Por exemplo, para se comprar dólares, temos que dispor de reais. Isto é, fazemos apenas uma troca de uma moeda por outra. E, portanto, quando uma moeda sobe outra tem que cair. O Euro está aumentando contra o dólar ou o dólar está caindo contra o Euro. Essa tendência pode ser forte ou fraca e amenizada pelo viés de equilíbrio que puxa o câmbio para um valor esperado pelos agentes econômicos.

É natural que o viés no mercado de ação seja para cima, porque o viés da economia também é para o crescimento econômico. Em contra posição, o viés no mercado de moedas é a de não permitir nem grandes perdas nem grandes lucros no longo prazo. As forças políticas e econômicas conjuram para que uma determinada moeda nem se valorize e nem se deprecie muito além das expectativas. Por exemplo, os governos, as empresas e todos agentes econômicos sabem que uma apreciação demasiada da moeda barateia as importações, mas prejudicará a balança comercial e, conseqüentemente o nível de emprego local.

Reconhecendo o comportamento do mercado, o investidor procura se aproveitar das forças de equilíbrio para operar com mais confiança. Ao cometer um engano numa operação, deve examinar a tendências em vários tempos gráficos para se certificar de que realmente cometeu um engano. Às vezes, a própria tendência ou movimento de curto prazo protegerá o lucro do investidor porque o viés de equilíbrio se encarrega de puxar os preços para aquele valor esperado pelo mercado.

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