A Importância dos Sinais Gráficos ? a emoção e o preço das ações

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Há tempos que se fala numa reversão nos preços das ações porque eles estão muito esticados, longe da média histórica e sem suportes no setor produtivo. Entretanto, o mercado pode esticar ainda mais, pois não existe metodologia que acerte com precisão a direção dos preços. Além disso…

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A Importância dos Sinais Gráficos ? a emoção e o preço das ações

Há tempos que se fala numa reversão nos preços das ações porque eles estão muito esticados, longe da média histórica e sem suportes no setor produtivo. Entretanto, o mercado pode esticar ainda mais, pois não existe metodologia que acerte com precisão a direção dos preços. Além disso, enquanto estivermos embalados pelos ganhos fáceis, rejeitaremos quaisquer indicações de uma reversão de uma ação individual. Teimamos em examinar nossas emoções. Essa teimosia é a maior inimiga de quem opera no mercado ou em qualquer atividade incerta e cheia de riscos. Quanto maior for a percepção de que estamos agindo de forma racional, maior será o risco de nossas operações. Não há lógica no mercado. O importante é seguir os sinais.

Aguardamos o estouro da boiada sob uma condição; a queda no preço dessa ou daquela ação deve vir acompanhada por uma reversão generalizada no mercado. Esse pensamento faz parte do imaginário popular de quem opera. Por tradição, acreditamos que uma andorinha só não faz verão. E assim, ignoramos os sinais de que uma determinada ação possa cair isoladamente sem ajuda das outras do mesmo ramo. Este é o caso recente da Petrobrás.

Vou aproveitar a controvérsia sobre o valor das ações dessa companhia para mostrar como teimamos contra as indicações dos gráficos quando elas não nos convém, apesar de jurarmos de pés juntos de que eles precificam tudo. O bolso é realmente muito sensível; quando estamos ganhando, tudo no mercado faz sentido. Entretanto, quando estamos perdendo, as emoções crescem e não percebemos a falta de lógica nem nas explicações fundamentais. Nas dificuldades, rejeitamos os conhecimentos e nos agarramos as crenças. Concluímos, equivocadamente, que não devemos perder porque nossa metodologia sempre deu certo. Esquecemos de que cada jogada é independente e os acontecimentos do momento, revelados ou não, determinam os ganhos de curtíssimo prazo porque o que passou é arquivo morto. É ai que entra a importância dos gráficos no tratamento das opções, dos day tradings e swing tradings.

Muitos perderam dinheiro nas opções série A da Petrobrás, mesmo sabendo, mas não acreditando, que os preços das ações vinham caindo desde o início de dezembro. No dia 4 daquele mês, tivemos a pior queda dos últimos tempos. Os preços da ADS (PBR=código da petr4 em NY) caíram mais de 6 por cento e continuaram caindo, apesar de ter esboçado algumas reações insignificantes. Mas o pessoal continuou comprando! Conheço pessoas e tenho amigos que perderam um bom dinheiro com opções. Todos violaram a regra fundamental, operaram contra um movimento de queda, comprando quando o preço da ação principal já havia dado sinal de reversão. Sei que qualquer um agiria assim e, por isso, prefiro compartilhar as dores dos amigos do que tentar convencê-los de que se enganaram. Isso doi, e não edifica em nada argumentar o contrário, pois nenhum aceitaria com um sorriso o erro que cometeu. O certo é que devemos aceitar os sinais de perigo independente dos motivos ou razões. Os gráficos ajudam muito porque são excelentes indicadores visuais.

É evidente que a Petrobrás não deveria ter caído. Foi obedecendo essa lógica, que todos tomaram decisões apressadas e longe da realidade. Isto é, compraram opções de uma ação em queda. Os gráficos mostram isso. Então, onde está o problema? A leitura dos gráficos, no início de dezembro, não deixava dúvida de que algo estranho estava acontecendo com a companhia. Muitos poderiam ter saído antes de qualquer perdas maiores, outros poderiam ter evitado a perda total esperando mais um pouco antes de entrar, e ainda outros poderiam ter se protegido com alguma trava para limitar as perdas.

Infelizmente, para muitos isto não aconteceu porque, apesar de manipulações e outras irregularidades no mercado, os perdedores ignoraram os sinais de que algo não ia bem com a companhia. Experientes e excelentes operadores, embalados pelo sucesso do passado, ignoraram os gráficos e preferiram a infalibilidade da metodologia pessoal.

Probabilidade e lógica não combinam. A lógica do momento dizia que os preços da Petrobrás deveriam subir, mas os gráficos mostravam que a probabilidade maior era de que iriam cair. Houve outros sinais de retrocesso logo no inicio do mês. Até a moeda americana subiu abruptamente no mercado internacional. Coincidência ou não, ela subiu muito no dia que a Petrobrás caiu e afetou outras companhias do mesmo ramo. Essa relação inversa pode não provar nada, mas ela já havia se manifestada muitas vezes e só foi quebrada recentemente.

A emoção atrapalha ou ajuda? Ela é nossa salvação, mas é também nossa perdição quando insistimos que nossos atos são racionais. O cerne do problema está em negar a emoção, embora saibamos que no momento que a questionamos podemos sentir aquele grande alívio que só ocorre em momentos especiais!

Apesar dessa relutância, em certos momentos, a emoção nos protege. Imagine um passeio pela floresta onde existem animais ferozes. O que devemos fazer quando encontramos algum animal grande? Vamos examinar o bicho para saber se ele é realmente to tipo que come gente, ou vamos correr aceitando o risco de um engano bobo? Parece-me que seria melhor ser um bobo vivo do que um sábio morto! Como dizia um amigo meu, nesses momentos de dúvidas não duvidem! Portanto, é melhor ficar arrependido, fora do mercado do que ficar por dentro perdendo dinheiro.

No caso da Petrobrás, não havia mais lógica sobre os aumentos de preço. Os gráficos mostravam claramente que eles mudaram de direção. Basta olhar o comportamento da média móvel. Infelizmente meus amigos preferiram as explicações ou afirmações do tipo ? estão manipulando o mercado. Eu sei que isso é normal, sempre teremos aqueles que acreditam nos complôs, nas manipulações e acusam os tubarões de atacar as inocentes sardinhas. Ora, o perigo do inimigo é quando não o conhecemos. Por que se preocupar com os tubarões, com as conspirações e ignorar aquilo que podemos controlar? Só a emoção explica!

Estudamos as técnicas, mas rejeitamos as indicações delas sob o velho e errôneo adágio de que ? na prática a teoria é outra. Violamos as regras mais simples de operação para satisfazer lógicas inexistentes porque estas satisfazem nossas emoções. Argumentam-se que as regras simples não agradam porque não produzem resultados! Entretanto, ás vezes, operamos de qualquer jeito, até contra a tendência ou contra movimentos curtos que poderiam render alguns trocados. Ignoramos os sinais dos gráficos e acreditamos nos complôs, mas não corrigimos nossos hábitos de agir precipitadamente. Não me censure, caro leitor, isto é apenas uma constatação. Incluo-me entre todos parceiros dessa agonia. Apresento-me apenas como um operador de curto prazo que corre com medo de qualquer bicho do mato. Não tenho tempo nem vocação para arriscar meu dinheiro, especulando sobre o comportamento dos inimigos!

Vejamos o que os gráficos da Petrobrás indicaram nas últimas semanas. O da esquerda é o gráfico da ação e, o da direita é da opção. Notem que os sinais são inequívocos de que a opção caiu com bastante força durante todo esse período sem dá nem um sinal de reversão! Como dito, a ação esboçou alguma reação, mas a opção indicou claramente que isso seria insignificante para reverter a direção da série em questão.

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