Eu Era Feliz e Não Sabia

Professor Metafix

Peço imensas desculpas aos meus leitores por usar um título tão irônico e vulgar. Com certeza, ele já foi repetido por muitos em muitos lugares. Mas a força dessa ironia nem é elíptica nem metafórica, ela é real e direta. O mercado está repleto de arrependidos. O pior de tudo é que muitos estão se precipitando e vendendo suas ações. Estes vão amargar por muito tempo a tristeza da decisão.

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Eu Era Feliz e Não Sabia

             Peço imensas desculpas aos meus leitores por usar um título tão irônico e vulgar. Com certeza, ele já foi repetido por muitos em muitos lugares. Mas a força dessa ironia nem é elíptica nem metafórica, ela é real e direta. O mercado está repleto de arrependidos. O pior de tudo é que muitos estão se precipitando e vendendo suas ações. Estes vão amargar por muito tempo a tristeza da decisão.

            Lamentavelmente, muitos viram suas ações caírem e não tem mais esperança de recuperar os trocados investidos em papéis que já estão aquém dos valores contábeis. Vejo a situação com naturalidade, porém é necessário entender os grandes swings na bolsa, para poder transformar a derrota passageira em vitoria permanente.

            Psicologicamente, não é fácil pois a dor da perda é mais intensa do que o prazer dos ganhos. E a emoção domina nossos sentimentos para poder justificar a decisão de vender em tempos de quedas. É necessário fazer um esforço para nos acostumar com os recuos, tanto no curto como no longo prazo. Eles são eventos naturais e passageiros que devem ser identificados para que possamos operar com mais segurança e menos incerteza. 

            Existem uma lição muito importante e simples para se tirar dessa crise; ora, se os preços sobem e descem a cada hora, ou até em cada minuto e segundos, eles também variam com menor lentidão durante longos períodos. O mercado é um jogo de antecipação. É necessário antecipar os swings, realizando lucros antes da queda. Depois aguardar as ações caírem para comprar. Isto pode ser feito operando períodos curtos e longos.

             Operar de vez em quando ou intensamente é possível sem esquecer de seguir os fundamentos e investir nas melhores empresas e nos setores mais dinâmicos da economia. Para quem pode comprar, nada melhor do que um recuo nos preços. Então, por que vender agora? Ora, a maioria é gananciosa e não antecipa as quedas porque deseja ganhar além da expectativa possível e termina caindo na armadilha dos longos ciclos de negócios.

            As técnicas existentes e as informações são importantes para identificar os momentos de compra e vendas. Tenho falado do alinhamento automático. Este pode ser aplicado aos pequenos e grandes movimentos. Entretanto, cada um deve definir o tempo em que deseja operar e seguir a tendência definida por aquele tempo. Por exemplo, quem opera no diário, deve seguir a tendência diária. Quem opera visando lucros em prazos mais longos, deve acompanhar os preços para aproveitar os swings desses períodos.

            Independente do setor e da escolha do investidor, existe um consolo; ninguém perde dinheiro investindo em ações no longo prazo. Existem forças poderosas agindo sobre o mercado de tal maneira que os recuos se transformam em sustos passageiros. E, num prazo maior, o viés é de alta. Este garante a rentabilidade desses ativos.

            O mercado dá oportunidade a todos, mas o prazo da rentabilidade deve fazer parte do perfil de cada investidor. Uma “meia culpa” não faz mal aos puristas que teimam em dizer que investimento só é válido no longo prazo. Neste prazo não perdemos porque a luta pela sobrevivência continuará conspirando a favor da economia e abrindo oportunidades para todos, mesmo que apenas alguns consigam aproveitar.

            Vejam o comportamento das ações americanas nos últimos 5 anos. O Dow Jones caiu de 14.500 pontos para 6.500 e depois subiu, e se encontra na casa dos 15.000. Mesmo assim, ainda está abaixo do valor real (depois de descontado a inflação) do início da década passada. Por isso, mesmo que caia novamente, ainda tem muitos motivos para subir. No longo prazo, ações podem render pouco, mas o rendimento passa da média real da produtividade na economia.

            É importante lembrar também de que em tempos como este, todos perdem quando tentam realizar lucros. E muitos perdem muito mais quando deixam a emoção controlar aquilo que deveria ser lógico. Pegar em armas contra as forças ocultas da demanda e da procura é como lutar contra moinhos de vento.

            Por mais que administremos as jogadas, não podemos evitar diminuição no valor de nossos ativos quando economia fraqueja. Mesmo diversificando bem, não podemos nos proteger contra os riscos do sistema. Isto é, contra as crises que assolam as economias de forma cíclica, não há proteção. Portanto, não sejamos vítimas das circunstâncias. Os que podem, devem aproveitar as pequenas oportunidades embutidas nos pequenos movimentos. Os que adoram serenidade e preferem oportunidades mais pungentes dos prazos mais longos devem ficar tranquilos, a crise passará.

            O tempo é um grande aliado dos investidores mais ativos. No longo prazo, tudo conspira contra a queda nos preços da maioria dos bens e ativos. Entretanto, a força da oferta e da procura, a lei de regressão e a própria lei da física mostram que todo movimento provoca um contra-movimento. E pelos fractais de Mandlebrot, os movimentos curtos e longos são parecidos. As subidas e decidas acontecem tanto no curto prazo como em períodos mais longos. Os períodos curtos são partes integrais dos tempos mais longos. Portanto, é fundamental saber como alinhar os dois.

            A crise é de endividamento, uma vez restituído o equilíbrio entre as contas, a economia voltará a crescer e, aí, saberemos porque éramos felizes e não sabíamos.

Boa Sorte!
Prof. Metafix

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