Confiando nos Indicadores

Professor Metafix 4

Existe um ditado americano muito comum que diz o seguinte: “Mom knows best”. Isto é, a mamãe sabe o que é melhor. Acredito que todo operador já quebrou a cara confiando na intuição, mas não aprendeu que os indicadores são melhores do que a própria…

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Confiando nos Indicadores

             Existe um ditado americano muito comum que diz o seguinte: “Mom knows best”. Isto é, a mamãe sabe o que é melhor. Acredito que todo operador já quebrou a cara confiando na intuição, mas não aprendeu que os indicadores são melhores do que a própria imaginação. Infelizmente, temos dificuldades em acreditar neles. Somente experiências bem sucedidas forçam-nos a mudar de opinião e desenvolver hábitos contrários ao “achometro” individual. Continuamos errando sem perceber que, no mercado, aquilo que acreditamos tem pouco valor efetivo. É necessário esperar pelos sinais dados pelos indicadores até mesmo quando a ansiedade e o medo empurram-nos para uma alternativa aparentemente melhor.

            Somos partes tão insignificantes do mercado que nossa intuição e ação não tem efeito percebível sobre a direção dos preços. Isto é, o que desejamos tem apenas um significado simbólico no computo das forças que atuam sobre o aglomerado de investidores. Muitos dos que desrespeitam os indicadores, também acusam os grandes especuladores de manipular o mercado. Esses são como aqueles que descordam até de Newtom quanto a lei da gravidade e gostariam que a maçã atraísse a terra!

            Nossa intuição não tem massa gravitacional significante. Porém, nosso desejo de impor nossa marca pessoal é tão forte que tomamos decisões à revelia dos indicadores. Nossa teimosia e impaciência pioram os resultados obtidos pela força de nossa percepção. Assim, quando erramos pela intuição, ficamos desorientados procurando oportunidades e resultados que o mercado não está preparado para produzir.

            Os gráficos, às vezes, falham porque recusamos em confirmar a indicação deles dentro de uma determinada formação. Por exemplo, um indicador pode mostrar um suporte num gráfico de 15 minutos, mas, quando examinamos com formações de uma hora, o movimento ainda está longe de atingir um fundo verdadeiro. Um suporte de cinco minutos, visto com o gráfico de uma hora, pode revelar apenas um ponto de inflexão irrelevante a tomada de decisão. 

            Ora, sabemos que o preço de qualquer ativo se move alterando a direção. É necessário respeitar esses movimentos testando a força deles com indicadores em mais de um tempo gráfico. Portanto, se alguém deseja entrar e sair dentro de alguns minutos deve operar com gráficos de pouca duração, mas não deve esquecer das formações contrárias ou de confirmar a direção dos preços com outro gráfico de duração mais longa.

            Por enquanto, apresento dois indicadores; o estocástico e as bandas de Bollinger. Estes, quando combinados, são poderosos instrumentos. O estocástico é muito bom porque respeita a natureza dos movimentos dos preços. Por outro lado, as bandas de Bollinger trabalham com a característica estatísticas dos dados.

            O estocástico leva em consideração as forças de ação e de reação que geram movimentos de alta e baixa dentro de qualquer tempo gráfico que escolhermos para operar ou analisar. Isto é, ele indica suportes e resistências baseando-se nas forças de fechamento de abertura das velas. Por exemplo, quando os preços abrem e fecham numa mesma posição, o estocástico mostra o começo ou fim de um movimento ou, apenas uma pausa dentro de uma determinada onda de preço. Entretanto, esses pontos sempre devem ser confirmados com outra formação gráfica.

            Por outro lado, as bandas de Bollinger são importantes porque reconhecem que toda distribuição de eventos tem uma média e uma variância. Esta pode ser positiva ou negativa. Segundo, elas trabalham com a lei de regressão sabendo que todos eventos ou preços regridem para o meio. Isto é, na maioria do tempo, os preços viajam pra cima e pra baixo ao redor da média, sem se afastar muito dela. Às vezes, os desvios são grandes, afastando-se o suficiente para provocar uma mudança importante que merece uma venda ou uma compra. 

            Combinando esses dois indicadores com a média móvel, temos uma arma poderosa para operar com segurança. E a segurança cresce à medida que aumentamos o tempo de operação. Jogadas curtas e de curtíssimo prazo permitem se ganhar mais, porém de forma intermitente. Porém, os indicadores são menos confiáveis quando aplicados em formações de curta duração. O hábito é terrível; quando erramos nas jogadas de pouca duração, em vez de aprofundar a analise, usamos a intuição para recuperar o que perdemos, e ai perdemos mais. Operar com a intuição é tão perigoso quanto dirigir numa densa bruma; ela impede a visão correta da direção dos preços.

            Leve em consideração sempre essas duas regras: uma, nunca vender quando os indicadores mostram suportes, fundos ou zona de sobre vendido; segundo, nunca comprar quando os indicadores mostram resistências, topos ou zonas de sobre comprados. Quem obedecer essas simples recomendações eliminará a maioria dos erros.

             No Nordeste existe um ditado que diz – os apressados comem cru. Isto nos remete a um observação muito importante: As formações mais demoradas são mais seguras para se operar. Infelizmente, a pressa é cruel. Precisamos exercer paciência proporcional ao tempo de formação dos movimentos.

Boa sorte!
Prof. Metafix

Professor Metafix
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4 comentaram sobre “Confiando nos Indicadores

  1. Rogério, muito obrigado. Vou aproveitar tuas perguntas para escrever um artigo, pois são bastante apropriadas. Espero que os demais leitores aproveitem essa troca de idéias.

  2. Rogério eu tenho uma regra que diz: Quando não souber o que fazer; não faça nada!
    É comum os traders se tornarem “caçadores” de operações e não é bem assim, nem todo dia estará claro para operações; não é pq houve um movimento de 2% que ele estava implícito na análise técnica, pode ser simplesmente pq o gestor de um fundo decidiu entrar ou sair.
    2º. não se esqueça tb q a análise técnica é um estudo baseado no comportamento de pessoas, e essas pessoas almoçam, tomam café etc; principalmente os responsáveis por compra e venda dos grandes players q são fundos de investimentos, investidores estrangeiros, bancos etc.
    3º. A primeira hora de pregão realmente não é um bom parâmetro para a análise técnica, simplesmente pq mtos ainda não entram; estão aguardando noticia, ou decidindo o que fazer, etc. (principalmente os grandes como já citei)

  3. Prof. Metafix, gostaria de completar meu raciocínio com algo sobre meu comportamento pessoal no intraday:
    Tenho cautela quando a “coisa é boa”, porque geralmente ela é boa no início do pregão, quando ainda não sei a tendência, então deixo de ganhar uma bolada. Em dia de compra, por exemplo, fico esperando baixar um pouquinho, próximo à um suporte, por exemplo, mas o papel parece nunca baixar em uma hora de pregão. Eu, osciladores e indicadores sempre achamos que já está caro demais. Mas o papel continua subindo forte. Mais tarde, quando o efeito está no fim, tento compensar e geralmente perco, ou ganho muito pouco. Acontece na venda, também. Dois exemplos: ontem e hoje em PETR4. Ontem deixei de ganhar com a venda. Hoje, deixei de ganhar com a compra. Ontem pensei em vender na hora que seria a certa. Hoje pensei em comprar na exata hora correta. Nada fiz e nada ganhei. Será que devo calibrar indicadores, médias ou a minha cabeça? Quais os artifícios para transformar essa atitude? Mais uma vez, lhe agradeço!

  4. Obrigado, Prof. Metafix! Especialmente pelas “bandas de Bollinger”.
    Falando, particularmente do Brasil, o que devo fazer quando os mercados da Ásia e Europa estão “misturados” no que se refere aos índices, ou seja, por volta de meio à meio, alguns positivos e outros negativos? Para esse dia devo escolher comprar, vender, aguardar a abertura do mercado Norte Americano? Tenho notado que às vezes o grafico mostra que é hora de vender, por exemplo, mas de repente o preço sobe forte, independente de notícia, fato relevante ou do mercado americano. Falo particularmente de Petrobras PETR4. Também notei que às vezes os índices da Ásia e Europa (naquele site Yahoo.com que o senhor sugeriu em outro artigo) estão indicando venda para o dia, mas o papel sobe sem qualquer indicação que eu tenha notado ou notícia que eu saiba. Como me informar melhor sobre as coisas para tomar a decisão certa? O mais importante: Qual a postura que devo ter no início do pregão brasileiro para um bom papel como esse? Já li muitas vezes nos seus artigos que a pressa na hora de operar nos faz perder, e de fato já perdi muito com isso. Mas também notei que meu excesso de cautela, principalmente no início do pregão da PETR4, me faz perder ótimas oportunidades de ganho. Importante notar que não tenho nenhuma preferência ou fixação pela PETR4. Apenas tenho operado nela por conta da liquidez e do volume. Na mesma linha das frases de efeito que o senhor, por vezes se utiliza: Como devo agir num dia “meia muzzarela, meia calabreza” dos mercados? Um grande abraço!

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