Aproveito a oportunidade para apresentar um jeito simples de se negociar com moedas. Como sabemos, o mercado Forex (Foreign Exchange) é enorme e muito variado. Uma das melhores alternativas para tirar alguns trocados no mercado de forma rápida e sem exigir muito capital é comprar e vender moedas. Operar com moeda é bem mais simples do que negociar outros ativos, como veremos.
Antes de tudo, um pouco de economia. Devemos lembrar de que os principais determinantes da demanda e da oferta de uma moeda são a taxa de juros e o nível de trocas internacionais. Por exemplo, a taxa de juros do Euro atualmente é de 4,5% a.a. e a taxa do Franco Suiço é de apenas 1,5%. O juro representa um retorno garantido e por isso essa preferência por moedas pagando juros mais altos. Portanto, essa diferença aponta para uma valorização do Euro em relação ao Franco. Essa situaçao só muda quando houver alteração nos juros ou quando os investidores encontram melhores oportunidades de negócios que compensam essa diferença. Por enquanto, a tendência é o Euro se valorizar em relação ao Franco. Por outro lado, a tendência pode mudar de direção influenciada por outros fatores que pouco conhecemos e, por isso, devemos nos valer dos gráficos pois estes são fiéis aos fundamentos e às expectativas dos investidores.
Outro exemplo é o caso do Iene japonês. Essa moeda tende a perder valor em relação às outras porque a taxa de juros do Japão é uma das mais baixas entre todas economias desenvolvidas. Portanto, aqueles que desejam negociar com moedas vão encontrar boas oportunidades para negociar no curto prazo sem nem conhecer os fundamentos de longo prazo. Por isso, o sistema gráfico e, especialmente o alinhamento automático, permitem negociar vários pares de moedas ao mesmo tempo sem riscos exacerbados.
Para diminuir os riscos e aumentar os rendimentos é aconselhável adotar duas estratégias alternativas ou em conjunto. A Primeira e, talvez, a menos trabalhosa, é comprar ou vender vários pares, ao mesmo tempo, obedecendo a tendência existente. A segunda, seria trabalhar com um ou mais pares que estão em tendência de alta, e praticar o day trade. Mostraremos com um gráfico, em seguida, como essa alternativa pode ser simples e menos exigente em termos de recursos, porém, como no caso de qualquer day trade, ela exige paciência e mais dedicação de quem opera.
Os gráficos abaixo exibem o comportamento do par, dólar australiano e franco suiço. O primeiro é de duas horas e o segundo, de meia hora. Durante uma semana, o dólar se valorizou porque a taxa de juros na Austrália é bem maior do que na Suíça e não houve outro efeito contrário. Podemos observar também que muitas outras moedas se valorizaram em relação ao Iene japonês. Isso é natural pois o Japão tem a menor taxa de juros entre os países desenvolvidos. Todavia, o comércio exterior do Japão é intenso e interfere e pode compensar o juro baixo.
O gráfico abaixo mostra que à medida que o tempo passa, a cotação do dólar australiano, em franco suíço, aumenta porque os investidores vendem franco e compram dólar. O dinheiro sempre corre para as economias com maiores taxas de juros.
Notem que no período examinado surgiram seis oportunidades para se comprar o dólar australiano em troca do franco suiço. Por outro lado, poderíamos ter feito mais operações mudando o gráfico para períodos de meia hora como mostra o gráfico seguinte.
Notem a diferença entre os dois gráficos; o primeiro, de 2 horas, mostra poucas oportunidades, apenas 6 para se operar, enquanto o segundo, de meia hora, as oportunidades aumentam para mais de uma dúzia. Sempre que diminuímos o intervalo de tempo, o número de oportunidades aumenta.
Aumentando o número de vezes que podemos operar é equivalente a diversificar as aplicações. Isto seria uma diversificação temporal. Assim, diminuímos os prejuízos advindo dos recuos nos preços e aumentamos os ganhos porque aproveitamos mais as ondas para comprar e assim negociamos com mais frequência.
O set up é bastante simples, usamos um gráfico de linha na janela superior e, na janela inferior, usamos o oscilador do índice de força relativa, RSI tamanho 3. Esse tamanho realça melhor os topos e os fundos e diminui as divergências. Usamos também uma mediana de 50% para representar o ponto de referência. Sempre que o oscilador formar um fundo abaixo da mediana, indica um ponto de compra, e topo acima dessa linha um potencial ponto de venda.
Note também que quando a tendência é de alta temos mais variação acima da mediana e, quando a tendência é de baixa, a variação se intensifica abaixo da mediana. Assim, numa tendência de baixa os topos acima da mediana revelam oportunidades de venda.
Destarte, podemos aplicar esse setup para operar qualquer ativo com sucesso desde que se reconheça a tendência e não opere contra ela. Quando em dúvida, altere o intervalo de observação. Gráficos com períodos mais longos mostram melhor a tendência, e intervalos mais curtos mostram melhor a variação de preço. Ademais, não se esqueça de que um único intervalo de tempo pode ser desdobrado para revelar pontos de inflexão ou topos e fundos escondido nas grandes variações. Assim, é muito fácil identificar uma tendência, basta mudar o tempo gráfico de um movimento de alta para períodos menores, e aparecerão fundos e topos onde podemos comprar e vender sem medo de errar. Boa Sorte!
Prof. Metafix, Wisconsin 26 de abril de 2024.
Consultor e Professor de análise de investimentos para técnicos do Banco Central de Moçambique -- Projeto das Nações Unidas e Banco Mundial, experiência operando nas bolsas do Brasil e dos Estados Unidos, onde reside e especialista em operações de curto prazo, daytrade e operações estruturada com opções.
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