O Valor do Dólar e o Preço das Ações

O Valor do Dólar e o Preço das Ações

            O mercado de ações é complexo, mas sabemos que não se perde dinheiro no longo prazo investindo em boas ações. O tempo e o viés de alta nos protegem. Entretanto, desejamos aproveitar as oportunidades de curto prazo mas, na ausência de clarividência, não podemos prever o futuro. Assim mesmo, precisamos tomar algumas precauções contra o riscos. Uma delas é trabalhar com bons indicadores, mesmo sabendo que eles podem falhar. As dificuldades e o risco não devem ser empecilhos para quem gosta de operar. Destarte, tentamos operar muitas vezes para compensar os ganhos pequenos das operações de curto prazo. Também podemos aumentar a recompensa de nosso atrevimento trabalhando com boa estratégia.

             A tentação para se operar até com ações de baixa qualidade é grande porque tanta aquelas que são boas quanto as que são ruins variam diariamente em função das notícias e de alguns indicadores, como o Dolar Index. Para aqueles interessados em oportunidades diárias, devem acompanhar o desempenho de outros mercados e ativos como moedas e títulos do governo. Entretanto, deve-se evitar ações de qualidade duvidosa e acompanhar um índice como o dólar index e, além de tudo, ter paciência para dá o golpe na hora certa.

            O dinheiro é um ativo líquido e flui numa triangulação entre ações, títulos de dívidas, especialmente os do governo e as moedas fortes. O dinheiro também flui entre as moedas em função de mudanças na taxa de juros e expectativas de curto prazo quanto ao estado da economia. A mecânica não é tão simples mas os objetivos são; todos aplicadores procuram maior rentabilidade e menor risco dentro de um prazo menor possível.

            Recentemente o Dólar americano tem se apreciado em relação ao Real e outras moedas, notadamente o Euro. A queda nas bolsas de valores está relacionada com essa mudança. O Euro, até recentemente, era uma moeda muito importante, mas se enfraqueceu com a crise na economia europeia. Isto é normal e acontece com todas moedas quando a economia não vai bem. Mesmo com a crise na Europa e o fraco desempenho nas outras economias no mundo inteiro, nem todas moedas se depreciaram, pois o valor delas é relativo; quando uma cai, outras sobem. Isto acontece porque existe forças subjacentes que as mantém em equilíbrio apesar de maiores oscilações na economia.

            Quem compra moedas fortes procura liquidez e segurança. O dinheiro é como avoantes, formam bandos a procura de abrigo seguro na hora do temporal. Os grandes fundos de reserva são mais solitários e sensíveis; migram com mais frequência para aquelas moedas que apresentam maior estabilidade. Além de tudo, esses fundos são tão grandes que, quando mudam, inflexionam a direção do mercado.

            A desconfiança na Europa fortaleceu o dólar e enfraqueceu o euro. Os problemas da Europa são relativamente mais críticos do que os da economia americana. Assim, o dólar continua sendo o principal meio de troca e de reservas internacionais. Destarte, é fundamental entender porque as alterações nele estão relacionadas com os preços das ações no mundo inteiro especialmente nesses momentos de grande incerteza. Como os mercados estão interligados via o movimento de moedas e de mercadorias, o dólar é também um abrigo contra o risco da crise porque ele é o principal meio de interligação. Para quem opera com ações e moedas, ele é um excelente indicador do que pode acontecer nesses mercados.

            A relação do dólar com a economia americana é diferente daquela que outras moedas tem com suas respectivas economias. O dólar exerce dupla função; é moeda de troca para os Estados Unidos e para o comércio internacional. Quando o dólar se deprecia, outras se apreciam e todas ações sobem inclusive as americanas. 

            A existência de uma moeda dominante enfraquece o papel das outras e fica mais forte nas crises e os recursos tendem a fluir pra ela. Isso tende a contaminar até as economias que não estão em crise. Por exemplo, as ações e a economia brasileira têm uma relação mais forte com o dólar do que com o próprio real. E, como dito, quando o dólar deprecia no mercado internacional as ações sobem no mundo inteiro e afetam os preços dos ativos no Brasil. Crescimento econômico e juros altos também atraem capital para ativos brasileiros via os carry trades. Isto exacerba as oscilações no mercado de ações.

            Há dois motivos distintos para ações americanas aumentarem quando o dólar cai: primeiro, como a maioria das grandes empresas americanas tem negócios no estrangeiro, se a atividade econômica vai bem no exterior, elas podem enviar mais dólares para a matriz e; assim, os dividendos aumentam e fortalecem as ações daquelas empresas nas bolsas americanas.

            Segundo, quando o dólar cai no mercado internacional, os produtos americanos ficam mais baratos e os estrangeiros mais caros para os americanos. As empresas americanas podem exportar mais, e isso também fortalece as ações. Uma depreciação do dólar também fortalece o preço das ações nas economias exportadoras de commodities. Os preços de petróleo, ouro, prata e outros metais preciosos sobem no mercado internacional porque esses produtos também servem de abrigo contra a inflação. 

             Caso o leitor ache o argumento confuso, basta lembra de que um aumento do dólar no mercado internacional e, às vezes no Brasil, derruba os preços das ações e das commodities no mundo inteiro. Isto acontece simultaneamente porque as expectativas negativas quanto a economia incentiva a venda de ações e a compra de dólares, ouro e outros metais preciosos. Portanto, para quem opera com ações, a mudança de valor do dólar no mercado internacional merece atenção especial.

            Entretanto, é bom não confundir mudança no dólar internacional medido pelo dólar index e o câmbio local. O Dolar Index mede o valor do dólar americano contra uma cesta de 6 moedas fortes. Ele ajuda prever a direção dos preços das ações e a relativa depreciação ou apreciação das outras moedas. Por exemplo, quando o dólar se aprecia em relação ao Real, as ações na Bovespa tendem cair também. Todos os mercados seguem esse regra: moeda local forte, dólar relativamente fraco, e ações relativamente mais altas.

            Na internet existem vários locais onde podemos acompanhar o desempenho simultâneo do dólar, basta clicar no Google para encontrar referências apropriadas. Aqueles interessado nessa relação pode verificar este site, www.ino.com, e depois clicar em U.S. Dolar. Também podemos acompanhar a relação euro/dolar na maioria das plataformas de gráficos financeiros. Quando o euro aumenta, as ações também sobem. Isto deve ser lógico, pois nesse caso temos um enfraquecimento do dólar e, como vimos, quando ele se deprecia as ações sobem.

Boa Sorte!
Prof. Metafix

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torr4da comentou:

bem confuso e algumas vezes paradoxal o texto. serviu para abrir os olhos com relação a influência de uma moeda forte no cenário macroeconomico.